O sertão virou verso, o verso virou sertão

O sertão, enquanto instância espacial culturalmente construída, foi representado por imagens literárias que ajudaram a dotar esse espaço de identidades e sentidos muito peculiares. Nesse livro de narrativa ágil e clara, o leitor será levado a refletir sobre como o sertão nordestino, na forma como foi consolidado no imaginário de grande parte dos brasileiros, constitui-se ao longo do tempo por discursos formados, em grande medida, pelos encantadores poemas da literatura de cordel. Nessa consistente produção historiográfica o autor nos leva pelos caminhos desse sertão que é transformado em verso pelo cordel, na mesma medida em que mostra como esses versos vão sendo consumidos, apropriados e transformados em um sertão "real" na concepção de pessoas de diversas épocas e espaços. Nessa prazerosa leitura teremos a oportunidade de apreciar o trabalho criterioso de um pesquisador preocupado com as funções sociais da Ciência Histórica. O sertão virou verso, o verso virou sertão é um convite inebriante à narrativa histórica, narrativas sobre sertão e sertanejo, narrativas sobre como se constroem sentidos para aquilo que acreditamos ser. (Leda Potier - historiadora)